
Há quem diga que ela é chata, assim como tem quem a considere oitava maravilha do mundo.
Há quem a inspira pra viver, assim como quem a expira para dar vida.
Há quem a escreva, há quem a lê.
Há quem dissemina e quem não a vê. Há poesia!
Eu não sou o maior especialista em poesias, mas também não preciso ser para saber que é a materialidade escrita, declamada e sentida do abstrato – do concreto também.
É a transcrição do sentimento. É o som do inaudível. É a metalinguagem. É figura de linguagem – metáfora, pleonasmo, paradoxo (e como é).
A poesia, ao meu ver, se assemelha muito com o trabalho voluntário. É um sentimento pulsante e intenso que move as pessoas e mexe com outras.
É algo que tentamos descrever, mas é difícil, afinal, é bem melhor sentir.
Não existe haicai, soneto, ritmo, métrica, ABBA ou ABAB possível que explicite a poesia que existe por trás do (a) voluntário (a) ou do (a) paciente, mas existem voluntários que colocaram parte do sentimento no papel.
O Dr. JujuBINHA, da equipe do Laços da Alegria no nosso amado HRG, fez uma poesia poderosíssima, como a espada de um Samurai para nós:
“Voluntário é ser aliviado por acalmar as dores dos outros.
Voluntário é ter audácia para tirar um sorriso, e também ensinar no improviso o sentido do amor.
É perfumar um jardim sem flor, com sua própria energia.
Levar a vida, leve e com alegria!
Esquecer seus problemas e recriar um personagem que, através da trolagem, vai reviver um mundo sem cor.
É um até logo, fica mais, te espero, só mais um minuto.
Ver que o resumo é dito por meio de um olhar…
É realizar e confiar, pois o trabalho foi feito.
Se juntar com os amigos do peito, em mais uma roda de finalizar.
Perceber que a semana melhorou, porque alguém te tocou sem poder te abraçar.
Comprimidos que aliviam as dores e guerreiros de todos os jeitos, és tu, voluntário!
Que veste-se, pinta-se, transforma-se, e esquece o ´´se´´ para intitular o realizar,
É com a forma de empatia, que cria o laços alegria…
Na cantiga de ALIVIAR.”
Celebremos a poesia que há em nós!
Texto: Matheus Bacelar
Edição: Nayara Sousa